22 fevereiro 2010

Candidatos


Nem adianta vir aqui e perder tempo pedindo desculpas. Seria tão inútil quanto dizer, pela milésima vez, que eu deixei de cumprir alguma espécie de obrigação literária para fazer algo diferente disso, como VIVER, enfim.

Fato é que eu já estava preparado para mudanças, mas não esperava que o novo chegasse finalmente de uma forma que condiz tanto com tudo o que eu sempre busquei, desde o começo desse blog, e talvez dessa vida.

E isso
não é uma coisa pessoal e intransferível. A identidade nossa que encontramos em outra pessoa tem se tornado uma constante temporal, no meio das variáveis que vagam por aí, com a consciência de que não dá pra mudar o curso do que aconteceu, mas pra mudar a cada instante o que virá. E o melhor, poder chegar talvez àquilo que sempre projetamos para nós mesmos, através de um dos fatores mais importantes, e talvez assunto já recorrente aqui nesse blog: motivação.

Eu
tenho sentido as pessoas procurando nos olhos das outras seus semelhantes. E na verdade eu sempre senti isso. Mas recentemente eu tenho visto esses olhares se encontrarem - não só com os meus, mas se encontrando à minha volta. E tenho visto ligações mágicas. E provavelmente as chamo de mágicas, ainda que com a melhor das intenções, de forma totalmente leviana, pois só parece com mágica por ser algo longe da realidade e padrões aos quais vivemos presos por um bom tempo nos últimos anos.
Eu
tenho sentido as pessoas com objetivos em comum se conhecendo e se integrando de uma forma única e totalmente positiva. Independentemente de divergências ou valores diferentes aprendidos ao longo das experiências obtidas, há um quê de conciliação das pessoas no ar.

Eu
tenho sentido tudo isso e nada tem mais sentido que isso no momento.

E se é
tarde demais para nós em um mundo que construímos errado e está desmoronando à nossa volta, NUNCA é tarde demais para nós enquanto seres humanos, pensantes e inquietos. E talvez, no fim, a beleza esteja em ter um fim digno, ao invés de uma eternidade baseada em perguntas sem resposta.

Que
haja essa comunhão e que ela seja lembrada até o fim dos tempos como algo finalmente digno de termos orgulho de termos feito. Somos nossos próprios candidatos a tomar conta de nossas próprias ilhas e não deixá-las submersas dentro de nós mesmos. Temos que nos manipular e nos escolher. E, como todo bom clichê explica, só depende de nós.


*Ouvindo:
Pearl Jam - Present Tense