02 junho 2012

(Con)Sequência


Leis da Física. Linguística. Histórias. Químicas.
Grandezas que, bem explicadas ou contadas, vão gerar reações. Adversas ou espontâneas.
Adicione música a tudo isso, e todos os sentimentos virão à tona.


O blog de quem vos escreve ganhou seu nome em meados de 2006, à partir de um dos fatores mais naturais da vida humana: a relação social. A troca de idéias e opiniões, a criação de novos modos de pensar e se adaptar ao meio – algo quase Darwinístico, se pararmos pra pensar – e a ligação do que é pensado em grupo com o que cada indivíduo tem de mais interno... tudo isso está incluso na idéia de relação social. Principalmente quando ela é respeitosa, democrática e harmoniosa.

A idéia de (In)Formation Overload partiu da conversa de um grupo de amigos que discutiam essa tendência de sobrecarga de informação, em que a quantidade da mesma era mais importante que a qualidade da mesma (permito-me dizer que, ainda hoje, não aprendemos a lidar com isso). A minha desconstrução da palavra se deve ao meu modo de ver o quanto o indivíduo muda o meio cada vez menos, enquanto o meio muda o indivíduo cada vez mais, tornando essa sobrecarga o fator decisivo para a formação de novas pessoas e, assim, uma nova sociedade.

Pouco depois, em 2007, a Pitty lançou o (Des)Concerto dela. O fato de ter batizado o CD/DVD desta forma me deixou feliz. Feliz em saber que no rock, na música, na minha cidade ou no mundo, havia pessoas também pensando assim, em desconstruir as palavras e os pensamentos de modo a reorganizá-los e, quem sabe, criarmos uma nova visão de mundo. Me deu uma certa segurança e ainda mais inspiração, inclusive, para finalmente compor, gravar e lançar a Reversi, já em 2009.


Alguns meses depois do lançamento do primeiro EP, já com a formação atual da banda reunida, eu já tinha a idéia do (Con)Sequência (já assim, sem o trema). Ainda antes do lançamento físico do “Reversi” (março/2010), já havíamos composto as duas primeiras músicas com esta então nova formação - eu, Renato, Du e Ricardo.


A idéia inicial era pontuar não só a “sequência” do nosso trabalho enquanto banda, mas o quanto o processo de composição havia se tornado mais colaborativo – daí o prefixocon”. As duas músicas, “O Que Você Quer” e “Sépia”, foram compostas em 48 horas cada, de forma bem mais aberta, crua e natural. Após anos, eu tinha mais uma relação social que dava frutos criativos mais saborosos. Isso, por si só, já carregava a idéia de “consequência” das decisões tomadas e passos dados na remontagem da banda.


Conforme as outras três músicas foram sendo compostas, essa idéia foi tomando conta das próprias composições, além de se tornar ainda mais clara a cada tombo, a cada obstáculo gigante ou a cada momento difícil, bem como a cada vitória, surpresa e festa também. Ganhamos companheiros importantes, tanto enquanto músicos como enquanto pessoas. Tudo foi composto até o final de 2010, e a demo foi gravada em 2011. E assim tudo tomou forma.

A tracklist do “(Con)Sequência” é:


1 – Acorde
2 – Cortina de Fumaça
3 – Sépia
4 – O Que Você Quer
5 – História Real


Todas elas falam sobre relações sociais, memórias, histórias, químicas, ações e reações. Com uma linguagem mais simples e direta. Não porque o cenário atual assim determina, mas por estarmos nos adaptando a esse tipo de linguagem, sem mudar nossas crenças e valores artísticos.



Tudo foi gravado pra valer no Estúdio Costella, em Perdizes, com o Paulo Senoni, da banda KiLLi, enquanto a mixagem e a masterização ficaram a cargo do grande Chuck Hipolitho, VJ da MTV e vocal/guitarra do Vespas Mandarinas.

E até o final de junho/começo de julho, tudo estará lançado, e eu farei uma análise de cada música, para vocês, por aqui.


Obrigado a todos que nos acompanharam até aqui e que continuarão juntos conosco nesta (con)sequência da minha história e da Reversi.


Um abraço a todos! E viva o roquenrou!





*Ouvindo: Reversi - Cortina de Fumaça

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