26 agosto 2009

Lado Oposto


Hoje vou começar da forma oposta à qual eu tenho começado os textos e pseudo-explicações das minhas letras. Começo assim porque, apesar de já musicada, esta letra que postarei hoje não foi ainda gravada - apenas a letra foi registrada -, o que a torna diferente das demais postadas anteriormente.

Além disso, essa letra abre quase que simetricamente a segunda parte de postagens e a segunda metade das letras que eu tenho pensado para um primeiro disco completo - ou para um segundo EP - da Reversi. Simetricamente porque, de certa maneira, alguns dos elementos que eu usei nas músicas anteriores (nota: quando eu digo anteriores, eu me refiro às postagens aqui no blog, e não à época ou ordem em que foram escritas e compostas) são usados novamente, mas com conotações diferentes. Ou ainda porque os próprios temas se apresentam de forma mais escancarada; nenhuma das letras publicadas anteriormente trata sobre relacionamentos afetivos - ou, quando trata, é de uma forma implícita e geralmente não é seu tema principal.

Por isso, convido-os aqui a conhecer um novo quadrante dentro das minhas idéias e das palavras que se apresentam a mim para que eu possa descrever como eu vejo minha responsabilidade em relação ao que está ali, exatamente, do outro lado, mesmo quando tudo se perde nas linhas, entrelinhas e nos espaços, enfim...


Lado Oposto

Enquanto eu puder vou negar a sua mão
Que se estende a mim e me laça ao chão
E a faca que corta os laços daqui
Não vai machucar mais que os laços em si

E, se dói, só resta a mim que faça sol do lado de lá

Se as lágrimas que caem não lavam minha alma
Não cobre do peito nem trégua nem calma
E o próximo passo que eu saiba só
Não tenha da estrada nem medo nem dó

E, se dói, só resta a mim que faça sol do lado de lá
Doce sol, lá
Doce sol


*
Ouvindo: Pitty - Trapézio

5 comentários:

Meire Jesus de Agustinho disse...

E o apego por vezes nos faz refém, não de qualquer alguém, mas de si, não qualquer parte de si, e sim a parte que nos é mais vulnerável o lado dependente... dependente de planos e esperas... tão difíceis de se libertar quando por tempos são vícios de pensar.

E há de se tentar fazer possível, andar por si, sem ser puxado por outro sentido se não o de atalhar e fazer sangrar desde o definhar até o morrer do que te faz doer.

Não mais prolongar o que enfim vai mesmo machucar... que seja então o ferir do fim de própria escolha que conjuga o ideal de buscar “bella la vita”

E que ao menos para um dos lados seja ameno, seja o lado de outro, o lado em comum de minh’alma, ou ainda, o próximo lado de mim.

E que enfim perceba outros tons de amarelo-sol...



E me é necessário ver esta letra musicada... preciso, preciso e PRECISO!

Bjokas!

danny disse...

E, se dói, só resta a mim que faça sol do lado de lá

já ouvi isso algumas vezes! e sabe q gosto mto desse verso! mto bem pensado, as notas musicais e tal! e frase em si...o sentido!

Não tenha da estrada nem medo e nem dó!
mto bom tbm!

Bjooooooos

Anônimo disse...

"E a faca que corta os laços daqui
Não vai machucar mais que os laços em si" (gostei essa frase).

Pode parecer repetitivo dizer que, assim como as outras, a letra toda é linda, ms é a verdade. São letras que 'tocam' e provocam reflexão e eu valorizo e admiro mto isso.

Beijos!

Ayde

Bité* disse...

Oh yeah, energia, babeee!!! Me diz que essa música tem as notas "sol" e "lá", tipo brincando com o plano da expressão e do conteúdo, se pans, hehe. É que eu sempre quis fazer isso... rs.


Abraço!

Mariana Marcoantonio disse...

"E, se dói, só resta a mim que faça sol do lado de lá"

eu conhecia esse verso faz tempo dos seus nicks de msn! hehe
finalmente descobri sua origem :)