23 setembro 2009

Terra Alvorada


Hey, terra alvorada.
O que você quer mais uma vez tirar de nós?
Hey, o que fizemos?
Não sei dizer, mais uma vez estou sem voz.

Só resta aceitar
Mas ainda acho bem melhor
As mãos levantar
Mostrando o dedo maior
E a bandeira em preto e branco e azul desbotado
Além daquele hino que eu só sei de cor.

Hey, ó pátria armada
Quando é que você vai também morrer por nós?
Hey, o que é que temos?
A idolatria se perdeu no meio dos faróis.

Só resta aceitar
Mas ainda acho bem melhor
As mãos levantar
Mostrando o dedo maior
E a bandeira em preto e branco e azul desbotado
Além daquele hino que eu só sei de cor.

Ouviram dessas ruas feitas de nosso suor
De heróis sangrando um grito humilhante
E o sol vermelho escorre como a nossa lágrima
Só brilha nessa capital distante.



Sim. Demorei muito tempo para voltar aqui com minhas letras, e quase completou um mês de distância desse blog.
Muitos foram os motivos. Alguns maravilhosos. Outros bem bons. Alguns ainda teimaram em querer estragar toda a festa aguardada há tanto tempo.
Contudo, o que me sobra hoje é um imenso desespero em ver tudo estático, depois de ver com os próprios olhos como o mundo gira de verdade. Quem realmente lhe quer bem e quem está do seu lado por causa daquele "algo em troca" que você sempre está lá para oferecer. Aliás, você descobre também quem sempre esteve mesmo e que, na verdade, nunca esteve.
Talvez seja tarde demais para descobrir isso. Talvez não seja a primeira e nem seja a última vez a descobrir coisas desse tipo.
Só que desta vez doeu um pouco mais fundo, exatamente porque o sangue que corre aqui é mais puro que nunca, o coração bate mais cheio de alegria e coragem que nunca. E de repente você percebe que nem todo mundo se sente feliz por você estar assim???
Não que deva ser a única coisa com a qual as pessoas devam se importar - e, ironicamente, este é o maior engano que as pessoas cometem, achando que é o que eu demando delas, quando eu na verdade nunca quis que fosse desse jeito. Agora, não dá nem pra eu pedir (quase implorando) um pouco de reciprocidade, em mesmo grau e proporção?
Não é nem questão mais de criar expectativas. É de não poder contar com o mínimo daqueles a quem você sempre deu o máximo de si.

Enfim... Isso me fez lembrar um pouco do quanto muitos de nós temos nos sentido em relação ao nosso país, ou até mesmo à nossa cidade, e do quão pouco nós mesmos fazemos em relação a isso. Até mesmo por não conseguirmos fazer nada nem em relação às nossas próprias relações sociais, tornando problemas mais importantes proporcionalmente maiores do que a gente pode lidar.

Ainda assim, minha vontade real era de postar aqui hoje, também, a música Vai Passar, postada neste blog em 21 de novembro de 2006. Para auxiliá-los, segue o link: http://informatioverload.blogspot.com/2006_11_19_archive.html

E uma hora, quem sabe, nossa voz volte, mesmo que continuemos gritando.


*Ouvindo: Dream Theater - Misunderstood

3 comentários:

Unknown disse...

Hi there !

É ninguém disse que a escalada seria facíl e sei que voce sabe disso. A questão agora é lidar com as pedras que teimam em aparecer e continuar a caminhada. O Sol continua brilhando para voce !!

Take Care,
SAM

Bruno Maiorquino* disse...

Hmmm, se eu não me engano é primeira música com um tema mais "político"; é bom também, com tanta pilantragem rolando, a gente precisa mesmo mostrar o nosso dedo maior.

Abraço!

Meire Jesus de Agustinho disse...

E as palavras que remetem a letra q conhecemos... faz dessa música ainda mais brilhante no sentido de haver uma ligação, não tão simples um protesto, ou revolta qualquer...
“E o sol vermelho escorre como a nossa lágrima...” e se pondo a nostalgia dos tempos sonhados, já que agora o que arde os olhos são tão somente os fatos consecutivamente ruins no q se refere ao desenvolvimento sustentável (sentido global) do país.


E será mesmo que podemos ver o que há de real nas pessoas?
E será mesmo possível saber o que sentem, o que querem, o que pretendem de FATO?
Descobrir quem está ao nosso lado, mesmo não enxergando a todos?
Será que somos capazes de transpor nossa própria membrana ocular e perceber nos outros intenções, quando se é que elas existem?
E existe linearidade no que se refere ao sentido que damos as relações de própria escolha?
Quem é que traz consigo manual de BPC? Quais são aqueles que se encaixam em estatísticas como as chuvas torrenciais de outono?
Parece-me EXATIDÃO demais, e por isso nunca espero respostas exatas a tais perguntas... justamente porque cada um (p/ mim) é um conjunto de subespaços, muito deles ainda por se descobrir...
Mas de fato o que salta aos olhos e remete a memória é SEMPRE o que magoa e daí tudo o que um dia fez bem já não importa mais... já não se recorda mais...
E por vezes se está mesmo CANSADO... cansado demais p/ tentar uma vez, ou outra vezes.
Mas sim, é necessário definir o que não nos faz bem e pôr fim.
No entanto, nem sempre existe ambição ou pretensão além da NATURAL empatia e satisfação de estar, falar, ouvir e sempre tentar ajudar da forma que for os que nos fazem, ainda, muito mais bem...
Enfim...

Bjoka.